Seu corpo estava amarrado na cama e ela tentava se levantar sem sucesso.
Ela gritou por socorro e apareceu Fernanda dizendo:
_
Acorde, rápido, ainda dá tempo!
_ Acordar?
Tempo pra quê?
Marta se engasgava com a fumaça e se esforçava para se soltar das
cordas, até que elas se arrebentaram e Marta acordou de um sonho. Estava
molhada de suor, mas o cheiro da fumaça ainda estava lá. Confusa, ela se
levantou e seguiu o cheiro da fumaça.
_
O que está acontecendo, esse fogo está vindo de onde? _ Murmurou para si mesma.
Ela seguiu o cheiro até poder ver aquela
fumaça preta vindo da sala. Chegou à sala e viu David de costas colocando lenha
na lareira já acesa e atrás dele algo parecido com um livro antigo, mal
conservado. Marta percebeu que David não estava com uma expressão muito
agradável e não falou nada, só ficou o fitando de longe. Ela, aproveitando que
ele estava de costas, se aproximou mais e se abaixou atrás do sofá. Lá ela
estava mais perto e podia ler o que estava escrito na capa daquele livro, o
título era algo um pouco ilegível, começava com a letra D. O livro estava um
pouco sujo, mas com um pouco de esforço ela pôde ver que na capa havia algo
escrito à mão, um nome pelo visto começado com... F. Então ela se surpreendeu
quando deduziu o que seria.
_ Fernanda!
Aquele é o diário perdido de Fernanda!
Sem
pensar duas vezes ela pegou o diário vagarosamente, para que David não o
notasse, mas por um descuido ao compelir o diário pelo chão pôde-se ouvir um
ruído que chamou a atenção de David.
_
Marta! Por que você está acordada essa hora da madrugada? E por que está
tentando pegar isso? _ Disse David já com a mão no diário.
_ Eu
tenho sede na madrugada. Estava passando por aqui e achei estranho vê-lo parado
aqui na sala com a lareira acesa.
_
E veio bisbilhotar? E pegar isso aqui escondida?
_
Desculpe David, fiquei curiosa e queria ver o que é isso e o que está escrito.
Não posso? _ Marta não tirava suas mãos do diário, os dois o seguravam como se
estivessem duelando por um tesouro. Marta nunca esteve tão certa de que havia
algo de errado com aquela cena. Sem pensar duas vezes puxou o diário e tomou-o
das mãos de David.
_
Tudo bem, Marta. Você venceu, pode ler. São as intimidades de Fernanda, é um
pouco particular, por isso não queria que você lesse. Mas já que insiste... _
David abaixou a cabeça e aparentou estar triste.
_
Sim, eu insisto. _ Quando Marta disse isto ele mudou de expressão e levantou a
cabeça de novo. Ela abriu o diário e percebeu que as páginas, principalmente a
capa, estavam sujas de terra. Logo associou ao jardim, mas não disse nada. Morosamente
começou a lê-lo em silêncio.
_
Marta, só vou sair para buscar um copo d’água.
_ Tudo bem, vou ficar aqui lendo. _ Marta achou estranho o comportamento de David. Ela tinha certeza de que ele tentaria impedí-la de ler aquele diário. Até por que ultimamente o comportamento dele condizia com certa culpa.
David
foi até a cozinha e só então Marta começou a ficar boquiaberta enquanto lia.
_
David! Não, mas como?! Você desenterrou isso, não foi? Era isso que estava
enterrado no jardim! _ Logo que disse aquilo, Marta sentiu um baque em sua
cabeça, tudo logo começou a ficar escuro e tudo o que se ouviu foi o barulho estridente
de uma faca caindo ao chão.
NÃO PERCA AS PRÓXIMAS REVELAÇÕES DESSA
TRAMA: Promessas Do Além.
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